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Liturgia

 

1. O que é Liturgia?

 

I – LITURGIA

 

A) - Conceito: - grego - Leiton – Lóus = povo

                                          - Ergon             = ação

                                           - Leitourgia      = “ação em benefício do bem comum”.

 

- “Serviço prestado ao povo.” - “Serviço diretamente prestado para o bem comum”.

 

- CIC* 1077 – 1109. - Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium n.7

 

- Com a ação Litúrgica, além da Igreja, beneficia-se também toda a humanidade, pois o Mistério da Salvação se torna presente.

 

            O termo liturgia provém do grego “leitourgia” que, “em sua origem: Leiton – Lóus=povo = Ergon=ação; indicava a obra, a ação ou a iniciativa assumida livremente por um particular (indivíduo ou família) em favor do povo ou do bairro ou da cidade ou do Estado”. Portanto, a liturgia era a “obra pública” assumida com liberdade.

 

            Com o passar do tempo à liturgia perdeu o seu caráter livre e passou a significar um serviço obrigatório.

A tradução grega do Antigo Testamento apresenta a liturgia como sendo um “serviço religioso prestado pelos levitas a Javé, primeiro na ‘tenda’ e depois no templo de Jerusalém”.

 

B) - Base histórica:

 

- A.T. – Usa-se o termo liturgia para indicar o culto realizado no templo pelos Sacerdotes e Levitas, (Nm 3). Há pessoas designadas para realizar uma ação em favor do povo, realizar sacrifícios para Deus em favor do povo (sacerdotes).

 

- N.T. – Aparece poucas vezes, mas em sentidos diferentes.

  • - sentido profano. – (Fl 2,30)

  • - sentido religioso do A.T. – (Lc 1,23).

  • - sentido espiritual existencial:

                        3.1 - indica como vive o cristão;

                        3.2 - indica que sua vida é um culto de louvor a Deus;

                        3.3 - indica que sua vida é marcada pela fé.

  • - Em At 13, 2 aparece como significado de culto cristão, (Rm 1,9). Mas só após o ano 70 d.C. é que começa a ter conotação de celebração litúrgica.

           

      Na Didaqué, a liturgia “se refere claramente à celebração da eucaristia” (Nº. 14).

No Concílio Vaticano II, por liturgia compreende-se “a ação sagrada, através da qual, com um rito, na igreja e mediante a igreja, é exercida e continuada a obra sacerdotal de Cristo, isto é, a santificação dos homens e a glorificação de Deus” (SC 7).

O concílio afirma também que a liturgia “é o cume para o qual tende a ação da Igreja e, ao mesmo tempo, é a fonte donde emana toda a sua força” (SC 10).

 

            À luz do Vaticano II e do Catecismo da Igreja Católica, a liturgia é “obra de Cristo” e “ação da sua igreja”. É o sinal visível da comunhão entre Deus e a humanidade através de Jesus Cristo (cf. SC 6 e CIC 1071). Ela não é apenas ritos vazios, gestos sem coração.

 

LITURGIA E O CONCÍLIO VATICANO II

 

- Após o Concílio que os estudos se aprofundaram, estudos das raízes da celebração da fé, baseado nos Santos Padres e nas origens do cristianismo é que se manteve a tradição nas celebrações. O Vaticano II (1962 – 1965) é o ponto de partida para a compreensão da liturgia. Segundo as propostas de renovação do Concílio há a perspectiva da história da salvação. Deus participa e se revela a humanidade segundo um projeto de amor.

 

História da salvação - pequeno relato:

 

- Podemos dividir em três momentos:

 

1 – Tempo da Promessa: Creio em Deus Pai todo poderoso.... Compromisso – projeto da salvação para o mundo. Deus se revela pacientemente através dos acontecimentos e dos profetas. (Mundo na bíblia significa trevas, pecado).

                                                 - amor

 

O PROJETO É UM DESAFIO UMA CONQUISTA

 

                                               - perdão - per – don = doar-me – (doar-me a alguém).

                                               - justiça – partilha – fraternidade – solidariedade – disponibilidade.

                                               - mundo – trevas

                                               - drogas – corrupção – violência - estupros

 

 2 – Plenitude dos Tempos: Creio em Jesus Cristo.... O projeto nos é revelado por Cristo, Ele se revela e ao reino pela sua missão, cruz.

O Mistério Pascal é o centro da História da Salvação, é o objeto principal da Liturgia da Igreja. (Mistério Pascal – da encarnação a cruz).

 

3 – Tempo da Igreja: Creio no Espírito Santo.... A garantia na Igreja, o penhor para que o projeto se realize em todas as nações e povos até o fim dos tempos é o Espírito Santo.

A Igreja é UNA, SANTA, CATÓLICA E APOSTÓLICA, mas nossa realidade é cheia de discórdias, brigas e confusões.

- Portanto, na Liturgia da Igreja Deus prossegue a História da Salvação com a intenção principal de nos convidar a uma comunhão íntima consigo mesmo.

Todo o Rito é um diálogo entre: - Padre (persona in Christi)– esposo e Assembléia (igreja)– esposa. Que nos enche de uma graça e uma justiça chamejante.

 

1 - LITURGIA COMO ACONTECE?

 

- A Liturgia na prática ocorre por meio de uma linguagem chamada de rito.

 

1.1) - O que é um rito?

–- são ações simbólicas ordenadas, constituído por palavras e gestos que buscam unir o homem a Deus. É uma ação salvífica do amor de Deus agindo na liturgia. É uma maneira de Deus agir dentro de nós. De assumir o rito para nos revelar o seu mistério de salvação, e nos mostrar a sua graça através de sinais. È um memorial.

- Ex.: Memória do Mistério da Paixão.

- Jesus na última ceia.

- Última ceia               =          rito                  =                     sacrifício eucarístico

(festa judaica)             = (simbologia usada) =         (Jesus institui o sacramento da eucaristia).

 É sinal visível.

 

1.2) - O memorial:

- é celebrado na Santa missa não é comemoração como de data festiva. (ex. dia da independência 7 de setembro). Mas traz o acontecimento até nós, faz reviver o fato. È o memorial da paixão, morte e ressurreição de Cristo transmitido a Igreja através dos apóstolos.

– A Celebração Litúrgica é o memorial da fé trinitária; nela temos novamente presente o acontecimento.

 

2) - Finalidade do Rito

 

- É celebrar a Aliança Eterna entre Deus e o homem realizada no Mistério Pascal;

- transmitir o Patrimônio da fé de geração em geração (tradição da Igreja);

- manter a unidade da Igreja conforme uma linguagem simbólica. (Rito Romano).

 

No rito temos:

 

A) - o Tempo Litúrgico:

- O ano litúrgico não apenas relembra as ações de Cristo, nem somente renova a lembrança de ações passadas, mas sua celebração tem força sacramental e especial eficácia para alimentar a vida cristã. O ano litúrgico é sacramento e, assim torna-se um caminho pedagógico-espiritual nos ritmos do tempo. E repetindo a Igreja guarda sua identidade.

 

- No Tempo Litúrgico temos:

  • Tempo do Advento ou Tempo de Natal Começa quatro semanas antes do natal, as primeiras vésperas do Natal do Senhor ao domingo depois da Epifânia ou ao domingo depois do dia 06 de janeiro, inclusive. Preparamos-nos para o nascimento do Senhor, sua encarnação. É o tempo próprio para a comemoração do nascimento do Senhor em que celebramos a “troca de dons entre o céu e a terra”, pedindo que possamos participar da divindade daquele que uniu ao Pai a nossa humanidade.

 

  • Tempo da Quaresma – da 4ª feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor, exclusive. É o tempo para preparar a celebração da Páscoa. È o tempo da conversão.

 

  • Tríduo Pascal – da Missa vespertina na Ceia do Senhor até as vésperas do domingo da Ressurreição. É o ápice do ano litúrgico porque celebra a Morte e a Ressurreição do Senhor. Representa uma só missa, porque começa na 5º feira santa com a Missa da Crisma, onde há a renovação dos votos sacerdotais e vai até o sábado. Na vigília pascal no sábado é que encontramos o ápice da nossa fé. No Domingo é a comemoração da Páscoa do Senhor.

 

  • Tempo Pascal Os 50 dias entre o domingo da Ressurreição e o domingo de Pentecostes, são sete semanas “o grande domingo”. Representa um só dia de festa. Os oito primeiros dias do tempo pascal formam a oitava da Páscoa e são celebrados como solenidades do Senhor.

 

  • Tempo Comum - Começa no dia seguinte à celebração da festa do Batismo do Senhor e se estende até a 3ª feira antes da quaresma, inclusive. Recomeça na 2ª feira depois do domingo de Pentecostes e termina antes das primeiras vésperas do 1º domingo do Advento. Com 33 ou 34 semanas chamadas de Tempo Comum.

 

- Para cada tempo existe uma espiritualidade e uma normativa própria nas celebrações conforme as Normas Universais sobre o Ano Litúrgico e o Calendário Romano (NALC), promulgadas por Paulo VI, em 1969. O Que distinguem as celebrações segundo sua importância, em Tempo Comum, Solenidades, Festa e Memória são as cores litúrgicas próprias usadas para ornamentar a Igreja e pelos ministros ordenados.

 

- As cores adotadas pela Liturgia da Igreja Católica são:

  • Branca ou dourada – representa festa, alegria a vitória do Senhor.

  • Vermelho – representa o fogo e o amor divino do Espírito Santo e o sangue e o sacrifício daqueles que foram fiéis até o martírio.

  • Verde – exprime a esperança da vida eterna e o crescimento do Reino de Deus na Igreja ao longo do tempo. (Tempo Comum).

  • Roxo – simboliza a penitência e a conversão. (Advento e quaresma).

 

B) - Celebração eucarística

- A natureza da eucaristia como Ceia do Senhor, exige antes de mais nada que a assembléia participe dela consciente e plenamente, fazendo aquilo que Jesus mandou fazer em sua memória na última ceia. È a nossa Santa Missa.

 

- É celebrada em ritos específicos que são:

  • Entrada – representa o caminho da Terra Prometida;

  • Palavra – celebra a memória pela palavra;

  • Eucaristia – celebra a memória pela eucaristia;

  • Envio – o povo recebe o envio para a missão de ser luz no mundo.

 

O PROJETO É UM DESAFIO UMA CONQUISTA.

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